domingo, 24 de janeiro de 2016

Resenha sobre um garoto travesso

Memórias de um sargento de milícias


Autor: Manuel Antônio de Almeida
Editora: Via Leitura
N° de páginas: 176

Nota: 

Sinopse: "Esta edição traz texto integral, com notas explicativas para os termos não usuais para facilitar a compreensão. Publicado em 1854 como folhetim, este romance da época do Brasil de D. João VI marca a transição do Romantismo para o Realismo. Deixando para trás o idealismo romântico, rompe o ciclo de heróis e heroínas, e narra, com certa dose de humor, a vida de malandro e o cotidiano das classes populares no Rio de Janeiro. O anti-herói Leonardo, filho dos portugueses Leonardo Pataca e Maria, acaba sendo criado pelo padrinho após a separação dos pais. Esse típico malandro amoral vive o presente ao sabor da sorte, sem se preocupar com o futuro, e acaba se tornando um sargento de milícias. A descrição de fatos relacionados à cultura e ao comportamento popular, características fundamentais da obra, é marcada por intenções críticas contra a hipocrisia, a venalidade, a injustiça e a corrupção social."


Decidi, ou melhor fui obrigada, a modificar meus gêneros de leitura habituais, por conta da minha linda faculdade [Aos novatos por aqui, eu curso letras] e outras atribulações do ano, minha primeira leitura do ano foi um clássico da nossa rica literatura.

Memórias de um sargento de milícias , foi o único livro, de Manuel Antônio de Almeida, publicado em 1852. Apesar dos quase dois séculos desse romance, ele ainda se mostra bastante atual, seja em algumas temáticas como na sua própria forma de escrita. Romance que traz em sua composição um narrador bem irônico, personagens com muitas intrigas, amores e traições, além de ações que fazem torcer pela felicidade dos personagens, por mais desastrosas, bobas e até malvadas sejam suas atitudes.

A história dividida em duas partes, nós apresenta em sua primeira metade, a história de Leonardo Pataca e Maria, seu romance, o nascimento de seu filho Leonardo. Nessa primeira parte foca-se mais na diabrura em forma de gente que o Leonardo é desde bebê e das desventuras amorosas de Leonardo Pataca, que após traição de Maria deixa seu filho aos cuidados do padrinho, a quem apenas conhecemos como Compadre. Leonardo Pataca envolve-se em mais uma frustração amorosa, e até vergonha pública, até se acerta. Já o Leonardo continua aprontando, enquanto seu padrinho sonha um futuro grandioso socialmente para seu afilhado, o que era pouco realístico dado a natureza de Leonardo.

Na segunda metade do livro, vemos o jovem Leonardo, já deixando de lado o ar de moleque, apaixonado por Luisinha, sobrinha de D. Maria, uma senhora de grandes posses, porém a sorte não é tão favorável ao nosso personagem central, talvez isso tenha sido herdado de seu pai.

No romance, que apesar da linguagem com palavras confusas (a nós por conta do desuso delas) o que não atrapalha ainda sim a leitura como um todo, traz um pintura da visão do escritor da classe baixa e livre do Rio de Janeiro, além da visão da malandragem presente em alguns personagens, como o próprio protagonista. Uma leitura bem rápida e deliciosa!
Até a próxima,
Mandy.

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